segunda-feira, janeiro 12, 2015

Come Pick Me Up

Às vezes eu me pego pensando ou quase vendo, sentindo... sua presença perturbadora no meu quarto.
Eu me transporto no tempo e de repente é um domingo chuvoso, uma ressaca incessante... e é o seu corpo conectado ao meu.
Numa adolescência tardia, eu sou sua outra vez.
Num lapso de esperança quase doentio, a ansiedade me prepara pra sua chegada, pra mais uma volta... pra nunca mais acabar.

"Take me out, fuck me up, steal all my records..."

sexta-feira, janeiro 03, 2014

Midas Touch

Dois seres, dois caminhos em Universos opostos.
Um encontro, PETN e TNT em partes iguais. Destroços.
Minhas mãos tremem com a lembrança de um corpo invadindo nosso espaço, meu coração pára. Uma mente congelada em um repeat frenético... perdida no tempo. Num limbo de solidão e dor, tantas perguntas em uma só. Por que?
Quando e onde meu toque se tornou pesado demais?
Quando e onde eu me deixei pra trás?
O medo responde todas as perguntas... as suas que nunca se fizeram audíveis, as minhas que perfuram e quebram a barreira do ar atingindo e quebrando, nascendo e morrendo... em mim.
Falta paz.
Num  mar de pulsões e paixões sua ausência me arrebata segundo após segundo. O tempo não existe, o tempo passou e me deixou aqui. Enraizada na sua Seca, entrelaçada nos seus nós, dividida em partículas e espalhada pelo chão...
Me desculpo e me culpo por pecados não cometidos, por beijos  não correspondidos, por frações de segundo de loucura. Saídas de emergência.
A voz que me cala e me deixa contraída, as mãos que me encontram só pra eu me perder mais, num labirinto de desamor e agressão. A voz que me falta. A sua voz muda.
Palavras que foram ditas e não há como voltar...
O que volta é a falta. O que volta é o não disfarçado de sim, o sim emperrado na garganta.
O que te traz é a energia desvairada desse amor. Amor que não deu, não bastou, não aconteceu.
O que nos atrai é o que nos afasta.
O caos que precede a transformação...
Somos  dois, sim dois. Não dois em um. Mas dois. Dois corpos, dois lados... da mesma moeda. Somos feitos da mesma matéria.
Cada segundo eu canto e choro em silêncio, em oração chamo seu nome.
Espero.

terça-feira, maio 07, 2013

Uninvited


Num primeiro momento houve som, fazia frio e aqui dentro era tão quente, uma reação química transformando minha essência.
Depois houve a agressão, a fúria, a paixão em sua definição mais pura... doença.
Meu corpo foi um templo, um objeto, jogado na rua a meia noite do último sábado.
E nada parece ser suficiente.
Em silêncio cada parte de mim grita. Agoniza. Anseia.
Cílios tocando minhas costas pela manhã... o peso das suas mãos. O peso da sua existência.
Que eu seja o combustível, a esperança. Que você sinta... que o seu coração bata.
"Distância, seja breve..."

terça-feira, janeiro 25, 2011

This Is The Day I Make You Mine

Hoje,
Meus passos perfeitamente sincronizados com os seus... um flashback de 2005.
Esse resgate... uma corda lançada de uma janela entreaberta... vamos conseguir.
Sinto cada mudança de temperatura como um milagre, agradeço, brindo...
Em meio a um novo santuário reescrevo nossa rotina desanimada, cheia de sorrisos, calorias, caminhos, rotas, cores, novos sabores... uma paixão que dói, que exagera, que não mede, que se perde, por ser demais.
Que seja assim, excruciante e em paz.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

1/4

Os meus olhos se fecham e eu posso sentir o ar quente na minha nuca... sua respiração.
Confundo o presente o passado, seria um sonho?
Que os medos se percam na infinidade do nosso desejo, que toda a falta/ausência seja preenchida pela certeza de um caminho a frente, mãos dadas... nosso destino.
Acenda a luz.

sábado, novembro 13, 2010

Love is a temple, Love the higher law

Um momento quase infinito de um contentamento descontente, de fuga desesperada, negação.
Solidão.
Uma tonelada de lágrimas, dor excruciante, frio, desespero, suicídio.
Meu corpo é novamente marcado pelo seu, seu corpo é novamente tocado pelo meu.
Se o seu medo te impede, a nossa energia te eleva, essa eletricidade te corrompe, o amor grita e pede pra vir a tona, nossas mãos se tocam e o mundo acaba, acaba...
Ninguém mais existe, nem nós... nos perdemos um no outro, quem é quem? Somos um, dois em um.
Ninguém jamais gozou de tanto amor, ninguém jamais foi mais feliz, Romeu e Julieta morreriam de inveja de nós... nossa intensidade, nossa cumplicidade, essa paixão desvairada, nosso amor interminável.
De volta ao nosso casulo, somos completos outra vez.
De volta a vida.
Dessa vez eu me caso com você.

sexta-feira, novembro 12, 2010

300 mg.

Espasmos e uma noite insone.

O som perfura meus ouvidos, me dando a sensação de que as minhas preces foram atendidas e eu finalmente parti.
Mas não, ainda há toda uma estrada a ser percorrida, há um trajeto na mente, um único desejo.
Esse abraço me reconstrói, me dando forças pra olhar em seus olhos mais uma vez... mais uma vez encontrar seu corpo, me preencher dele, encaixe.
O toque gélido de minhas mãos anuncia meu medo, meu desespero, minha insanidade disfarçada de sorrisos e saudade.
Meu corpo estremece, pedindo, implorando pelo toque, pela mensagem, por qualquer sinal...
Os segundos se fazem horas, o tempo não passa e minha vida se esvai.
A tensão corroendo nossas juntas, travados, congelados naquele instante de horror.
Por que?
Não é mais fácil você simplesmente ir embora?
Por que você veio até aqui, afinal?
De repente uma energia magnética nos prende, a tensão aumenta, o caos está vindo.
Como um tornado, uma torrente de desejo nos arrebata, nos força, nos enoja e nos faz querer mais.
Olhos abertos, boca seca, mas ali.
Por instantes não nos deixamos, até que fica tarde demais.
...
Envoltos numa cortina de paixão, dilacerados pelo medo, pela mágoa... nos sincronizamos e nos deixamos levar.
A tortura agora é desejada, a proximidade que fere é sentida com prazer e nascemos outra vez.
Esse replay, esse instante, é o nosso amor pedindo lugar, querendo nos invadir.
Deixa.