terça-feira, novembro 09, 2010

It's just the touch of my hand, behind a closed door.

Ouço o telefone tocar, me levanto, vou arrastando minhas meias até chegar a fonte.
Cada milésimo de segundo precede o infinito, anuncia que meus sentidos e meus instintos estavam pulsando e me trazendo até aqui.
Cada palavra soa como um canto, como uma prece, iluminando minha casa, me fazendo levitar.
Meus pensamentos são tão irracionais, meu sangue tóxico explode em minhas veias, meu cabelo nunca esteve melhor.
Olhando em volta, reconhecendo sorrisos pelos cantos, desfalecendo ao lembrar da sensação ao toque, a divindade que que esteve ali, o ídolo.
Um passo de cada vez, até que abri as janelas e encontrei um céu azul, tão limpo, tão lindo que me senti imediatamente abençoada, imediatamente em paz.
Metódica com os afazeres... fui ditando aos deuses como proceder, cada partícula de mim desejava e ansiava aquele momento, o vazio da minha alma era preenchido com nossos corpos no espelho, analisando nosso conjunto, orgulho.
E os sons da manhã? O mundo faz silêncio, a eletricidade desse evento domina nosso universo.
A água escorre pelo meu corpo quente, as luzes se tornam cada vez mais intensas, mais tensas... me lembrando o motivo de eu estar ali e recito um mantra pra acalmar meu coração.
Me encho de cores, aromas e sabores; esperando o alívio chegar, me esqueço o real motivo desse encontro...
Até que um som final me entorpece e eu não estou mais ali, eu não existo, a matéria se desfaz... sou apenas meu pulso forte, o brilho do meu olhar, uma alma a reencontrar a sua, gêmea.

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