Contra a parede, mãos atadas, nenhum horizonte a frente, nenhum som que eu reconheço.
Infinitamente só, completamente contida, com um sorriso cínico e falso, sigo.
A falta que traz o sono, o pesadelo, o sol que nasce, trazendo mais um dia igual.
Sinto um arrepio ao lembrar, banhos de chuva lavando a alma de qualquer mágoa passada, qualquer noite sem graça sendo lembrada e repetida diariamente.
O fogo que se apaga trazendo o frio, o frio que não sinto na pele, o frio que não sinto no ar, sinto em cada toque do telefone, em cada não, em cada lágrima derramada em vão, ao soar da campainha, a cada login, a cada conversa.
Em cada abraço um espaço imenso, em cada beijo o fingimento descarado do não sentir, do não querer.
Aqui, onde o maior castigo é o pedido concedido, o sonho realizado, a volta; aqui e só.
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