terça-feira, abril 14, 2009

Calçada

Eu só preciso desatar esse nó; eu só preciso me rasgar em mil pedaços e não precisar de você pra me juntar.
Eu só preciso fugir do seu casulo e te deixar voar em paz, eu só quero que a distância me cure de você.
Não preciso da voz fria ao telefone, não preciso ser as pedras do chão que você pisa, não preciso da preocupação, não quero ser o mau hábito, não consigo viver sob o seu olhar, sob a sua influência, sob o seu cajado.
Preciso de outras luzes, preciso brilhar, sozinha.
Nem o amor, nem a dor, nem a falta, nem a paixão, nem a mágoa, nem a culpa; podem mais me guiar.
Que as rachaduras dessas calçada sejam a minha guia, que o vento frio e a garoa fina me façam encontrar a razão, a razão pra seguir em frente, só, que toda a dedicação e o louco amor não façam meus olhos perderem o brilho, a intensidade, que essa história se torne parte de mim e não o que sou.
Me deixa ir, me deixa tentar ser o melhor que puder, me liberta da sua fantasia, desacorrenta sua alma da minha pra que a paz possa nos encontrar.
A luz se acende e se apaga, me viro na cama, sinto um calor ao meu lado, mantenho os olhos fechados e sinto o seu corpo se moldando ao meu devagar; me viro e estou sozinha na cama. Acordo.

Um comentário:

AMO VC disse...

BORBOLETA DA CIDADE...
... VOE-SQUINAS, Q AO DESDOBRA-LAS... ASAS SURGIRÃO (A MAIS) =D